terça-feira, 9 de outubro de 2012

Globalização da Cultura

    Apoiados pela FAPESP (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo) pesquisadores do Brasil, Portugal, França e Inglaterra iniciaram um Projeto Temático com o objetivo de conhecer melhor os impressos e as ideias que circulavam entre os quatro países de 1789 a 1914.
Contrariando o paradigma de que o Brasil foi um país atrasado culturalmente essa pesquisa veio com fortes indícios de que, além de participar culturalmente, o Brasil era forte exportador de literatura nacional.


No inicio do século XIX era possível encomendar um livro Francês recém lançado e recebe-lo 28 dias depois transportado por navio, mais ou menos o mesmo tempo que a Amazon leva pra entregar livros aqui, pelos quais não se pague taxa de correio expresso.
O primeiro livro publicado no Brasil, Marília de Dirceu de Tomás Antônio Gonzaga (1744 - 1810) foi traduzida na mesma época para o Francês, Latim, Russo e Italiano.
No "Longo século XIX", como ficou conhecido, grandes obras brasileiras eram publicados na França em forma de folhetim, assim como as obras francesas aqui.
Conforme noticia publicada no Jornal do Comercio no Brasil da época, faz-se alarde de um livro de Victor Hugo publicou aqui antes mesmo de ser lançado na França, graças a um contrato de exclusividade com o editor do autor francês.

“O Brasil era a filial de muitos livreiros de Portugal, que eram muito ativos e traduziam muito rapidamente livros e impressos e enviavam para cá”, disse 
Marcia Azevedo de Abreu, professora do IEL (Instituto de Estudos da Linguagem) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e coordenadora do projeto, à Agência FAPESP.
“Mas não eram só os brasileiros que esperavam o que os estrangeiros mandavam para cá. Os estrangeiros também esperavam o que o Brasil mandava para o exterior”, ressaltou a pesquisadora.
Como o país não era economicamente desenvolvido no século XIX, se pressupunha que sua cultura também era atrasada e fortemente dependente e influenciada por outros países.
“Uma das conclusões preliminares importantes deste projeto de pesquisa é que a economia e a cultura não são tão casadas assim. No mesmo país em que havia escravos e era economicamente dependente, circulavam livros que eram lidos ao mesmo tempo aqui e em Paris”, disse Abreu.


Falando sobre exportação de nossos autores, aproveito para postar aqui esta lista que me deixou muito orgulhosa do conteúdo de nosso país. Estou pensando em usa-la como referência nas minhas próximas aquisições!





  • os 12 autores brasileiros mais lidos no exterior


9 comentários:

  1. Oi Fe,
    Poxa mais claro que o Brasil é forte exportador nacional,
    temos ótimos livros ^^
    òtima lista heimm
    Muito legal esse post, bem explicativo, e nem sabia de
    muitas coisas que li neste post!!

    beijos
    http://dailyofbooks.blogspot.com.br/
    Mila daily of books

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  2. Eu sempre soube que a nossa cultura literária é rica, mas não tinha a dimensão que os "gringos" leem um dos nossos.

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  3. Amei o post! A nossa cultura é mesmo muito rica, precisamos apenas valorizá-la mais. E eu li "Marília de Dirceu", apaixonadamente. É livro de poesias, mas elas contam a história da paixão do autor por Marília, poemas escritos da prisão. Acho que foi o único clássico nacional que li tão empolgada. Gostei de saber que foi o primeiro publicado no país.

    PS. Tem sorteio da "Série Cinquenta Tons de Cinza" em meu blog, completa!

    Beijos,

    Isie Fernandes - de Dai para Isie

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  4. E viva a cultura brasileira, muito rica, pena que nem todos percebem isso.
    Drummond e Lispector são os meus preferidos.

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  5. A cultura brasileira vem se espandindo com rapidez e saber sobre isso aí é interessante.
    Não tinha ideia que era dessa forma que mandavam livros naquela época.
    Resenha - Até Você Chegar.
    Passa lá!
    Manuscrito de Cabeceira
    Bjs.

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  6. Muito interessante. Fico orgulhosa pela literatura nacional, que é tão rica, se expandir assim :)
    O "problema" é que não curto livros desses autores ahahahaha

    Bjokas
    Flavia - Livros e Chocolate

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  7. A verdade é que a gente é um tanto preconceituoso sobre a literatura nacional, e os autores nossos acabam sendo mais lidos lá fora do que a aqui, sinto orgulho desses autores, mas confesso que li apenas alguns, o que é uma pena.

    beijos, Lu
    Lendo ao Luar

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  8. O Brasil já foi melhor visto literariamente lá fora: Jorge Amado ficou vários meses na lista do NY Times com Gabriela, e na Rússia conseguiu despertar interesse dos leitores mesmo com toda a "competição" com os mestres de lá.

    Desta lista só estranho a falta do Paulo Coelho - tá certo que não é um gênio, mas que vende, bom, isso vende.

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  9. Fico muito feliz de ver que os clássicos brasileiros ainda sejam amplamente lidos no exterior, mas é uma pena que não tenham vontade de traduzir os livros brasileiros atuais, hoje em dia a nossa literatura está tão diversificada, tem livro para todos os gostos, mas fico feliz de ver que isto está mudando aos poucos, recentemente eu vi que o livro do Eduardo Spohr foi traduzido para a Alemanha o que é muito bom, eu tenho esperança de que um dia os livros brasileiros possam fazer um sucesso estrondoso lá fora.
    Abraços.

    http://viciadoemlivrosefilmes.blogspot.com/

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