Resenha: Jogador nº 1

Autor: Ernest Cline
Editora: Leya

    Resolvi não colocar a sinopse desde livro, primeiro porque é fácil de encontra-la e depois porque ele merece uma resenha-sinopse, se é que isto existe.

    A trama se passa no futuro, como toda distopia, mas um futuro nem tão distante assim, o ano é 2044 e a terra vive um caos social, com a escassez de energia, alimentos, água e emprego. Os pobres são isolados  em guetos, vivendo em amontoados de trailers. Exatamente onde encontramos nosso personagem principal Wade Watts, órfão, que vive na casa da tia, em troca de seus tickets refeições dados pelo governo. Sua situação só não é mais miserável  pois ainda tem onde ficar, ao invés de enfrentar o frio abaixo de zero nas ruas, cada vez mais violentas, da cidade. 

   Wade tem poucas paixões e todas elas estão ligadas a computadores - que ele aprendeu a consertar desde pequeno e que vende para comprar refeições - na maior parte do seu dia ele está logado, a única diversão a qual tem direito.

    OASIS foi criado por James Halliday, primeiro como um jogo e cada vez mais aprimorado se tornou uma realidade virtual, recriando todos os lugares reais - seletivamente é claro - ou fictícios já visto pelo homem. Grande parte da população vive logado, pois dentro do OASIS podem estudar, viajar, conhecer pessoas, ler livros, trabalhar, ver pornografia, tudo acentuado por trajes que recriam a sensibilidade corporal de dentro do jogo. 

   Um pouco antes de morrer James Halliday cria um intrincado jogo, dentro jogo, para a busca de seu Easter Egg (uma espécie de segredo virtual) e para quem o encontrasse ele deixaria toda a sua fortuna. 

Para tanto Halliday cria o Almanaque de Anorak (seu nome virtual) com milhares de referências a cultura dos anos 80 e 90, facilitando - para quem se esforçasse - a resolução de seus enigmas. 

Wade percebendo nesta, sua única chance na vida, se empenha completamente em decorar tudo que possa ser útil e inútil também, a zerar, dezenas de vezes, todos os jogos dessas décadas e junto com um pequeno e competitivo grupo saem em busca do Ovo de Halliday. 

    Esta imagem aqui embaixo, é do Adventure jogo desenvolvido pela Atari em 1979. Como naquela época os criadores não eram reconhecidos, nem mesmo citados, o criador resolveu esconder seu nome em uma fase secreta do jogo, criando o primeiro Easter Egg da história.

    Todos os personagens são muito bem descritos, com sentimentos plausíveis que nos aproximam ainda mais da  estória. Com exceção do antagonista que é o típico vilão de ficção científica, daqueles que não tem sentimentos e só objetivos. 

Acredito que este livro seja ainda mais divertido para aqueles com quase trinta ou trinta pra cima, da até uma nostalgia de ver nossos antigos jogos, músicas, estilo tão bem destrinchados e com muitas curiosidades que nem imaginava.  

    Ernest Cline bebe da fonte de autores como Willian Gibson, isso fica muito claro, mas o brilhantismo da narrativa não é diminuído por isto, visto que ele possui total controle de sua prosa, com os momentos de suspense, drama, romance e ação muito bem estruturados. E Ernest tem um DeLorean!!! Como não amar?

Agora um PS bem ao meu estilo:

Que capa da edição brasileira é essa???? 

Eu juro que tento não pegar no pé da Leya, mas assim fica complicado... Deem uma olhadinha na capa americana e me digam se não tem razão.

Cataploft duplo!!!

Melhor livro que li nos últimos tempos (obrigada Bruno por ter me apresentado ele!), indico de olhos fechados! 

Parabéns a Patricia G que ganhou ele na promoção fixa do blog, apenas para livros incríveis: a Indicação Nanquim!

Bjos a todos!!